17/03/2009

Há meio século o "Lama do sorriso" chorou ao dirigir-se para os Himalaias com destino à Índia.



«March 17, 1959 4 pm. The Chinese fired two mortar shells at the Norbulinka. They landed short of the palace walls in a marsh. This event triggered His Holiness the Dalai Lama to finally decide to leave his homeland.

"... when the Chinese guns sounded that warning of death, the first thought in the mind of every official within the Palace, and every humble member of the vast concourse around it, was that my life must be saved and I must leave the Palace and leave the city at once", recalls His Holiness the 14th Dalai Lama in his autobiography, My Land and My People "There was no certainty that escape was physically possible at all - Ngabo had assured us it was not.. If I did escape from Lhasa, where was I to go, and how could I reach asylum? Everything was uncertain, except the compelling anxiety of all my people to get me away before the orgy of Chinese destruction and massacre began".

At 10 pm. on the night of March 17, wearing a soldier's uniform with a gun slung over his shoulder, His Holiness the Dalai Lama marched out of the Norbulinka and onto the danger-filled road to India and freedom His mother and elder sister had preceded him.»

THE GOVERNMENT OF TIBET IN EXILE




Meio século depois já poucos falam de independência
O respeito pelos Direitos Humanos bastaria a quase todos
Se cada Pessoa pudesse, pelo menos, ser reconhecida como tal.

27/02/2009

A CURIOSIDADE MATA O TÉDIO

MAS NADA MATA A CURIOSIDADE

(PROVÉRBIO CHINÊS)



Estive prestes a levar um tiro...

É verdade. Os aldeões no Tibete preferem receber como oferta uma foto de SS o Dalai Lama a comida, dinheiro ou roupas. Viajei com várias no bolso e dei-me mal. Não levei um tiro mas durante dois dias não me consegui levantar.




Às vezes um dia perfeito é aquele em que não digo nem oiço uma só palavra

Não sou anti-social mas periodicamente preciso de silêncio interior e exterior




Às vezes um dia perfeito é aquele que amanhece sem ter terminado a conversa do dia anterior
Conversar é das coisas que mais gosto de fazer. Hoje em dia fala-se muito, contam-se muitas coisas mas conversa-se muito pouco.




Há pouco menos de 20 anos conheci uma mulher ...

É verdade. Impressionou-me até à alma. Continuo à espera.




Dificilmente consigo permanecer mal-humorado se me derem um bom bife

Não sou vegetariano mas não como carne, só de aves e raramente




Levei um valentíssimo estalo ...

Há muitos anos dei uma boleia para Lisboa à minha irmã adolescente, para ir estudar com uma amiga. Nessa tarde pensei vê-la no S.Jorge com um jovem. Enganei-me...




Um meu sonho ter é um veleiro

São muito bonitos mas enjoo de morte e detesto sentir-me espacialmente limitado.

Defendo a minha privacidade como se da minha vida se tratasse

É verdade, devia tratar-me.




Dos tempos mais felizes que vivi foi os de camaradagem na tropa

Não fiz tropa, fui para Paris em 68 e foram tempos de felizes e famintos.

24/02/2009

A Alex, que bloga o Realgana, foi desafiada para um jogo:

6 verdades

3 mentiras

9 frases sobre aquele que escreve

que as distinga aquele que lê.

E passa-se o desafio a outro blogueiro.


Não sou um blogueiro a sério nem sou um bom jogador
Mas fui desafiado pela minha amiga para continuar jogar e, pior, desafiar mais uns quantos.
Vou a jogo mas não tenho a quem passar: não vivo por cá, não me ocorre a quem desafiar.
Talvez bebendo mais um copo, eu que pouco bebo, me dê para entrar nuns quanto
s blogs ao acaso (não acredito no acaso) e pode ser que deixe um recado.Parece-me uma boa estratégia, vou pensar nisso.
Se a alguém interessar aqui ficam
6 verdades 3 mentiras

Toda a verdade no fim de semana que vem aí.




  • Já estive prestes a levar um tiro por ter fotos de um homem no bolso

  • Às vezes um dia perfeito é aquele em que não digo nem oiço uma só palavra

  • Às vezes um dia perfeito é aquele que amanhece sem ter terminado a conversa do dia anterior

  • Há pouco menos de 20 anos conheci uma mulher em casa de uma amiga comum com quem praticamente não falei. Até hoje espero pelo dia em que voltarei a encontra-la

  • Dificilmente consigo permanecer mal-humorado se me derem um bom bife com batatas fritas

  • Levei um valentíssimo estalo na cara por ter dado uma palmada no rabo de uma jovem que subia as escadas do cinema S. Jorge 3 ou 4 degraus à minha frente

  • Um meu sonho é um dia ter um veleiro

  • Defendo a minha privacidade como se da minha vida se tratasse

  • Dos tempos mais felizes que vivi foi os de camaradagem na tropa

22/01/2009



A PRIMEIRA PROCLAMAÇÃO DO 44º PRESIDENTE DOS E.U.A.

BARACK OBAMA


20 DE JANEIRO DE 2009

DIA NACIONAL DA

RENOVAÇÃO E RECONCILIAÇÃO



THE WHITE HOUSE BLOG
Tuesday, January 20th, 2009 at 2:15 pm
A National Day of Renewal and Reconciliation


Moments ago, in his first official act since taking the oath of office, President Barack Obama issued a proclamation, calling on Americans to serve one another and our common purpose on this National Day of Renewal and Reconciliation.



NATIONAL DAY OF RENEWAL AND RECONCILIATION, 2009

BY THE PRESIDENT OF THE UNITED STATES OF AMERICA

A PROCLAMATION



As I take the sacred oath of the highest office in the land, I am humbled by the responsibility placed upon my shoulders, renewed by the courage and decency of the American people, and fortified by my faith in an awesome God.

We are in the midst of a season of trial. Our Nation is being tested, and our people know great uncertainty. Yet the story of America is one of renewal in the face of adversity, reconciliation in a time of discord, and we know that there is a purpose for everything under heaven.


On this Inauguration Day, we are reminded that we are heirs to over two centuries of American democracy, and that this legacy is not simply a birthright -- it is a glorious burden. Now it falls to us to come together as a people to carry it forward once more.

So in the words of President Abraham Lincoln, let us remember that: "The mystic chords of memory, stretching from every battlefield and patriot grave to every living heart and hearthstone all over this broad land, will yet swell the chorus of the Union, when again touched, as surely they will be, by the better angels of our nature."

NOW, THEREFORE, I, BARACK OBAMA, President of the United States of America, by the authority vested in me by the Constitution and laws of the United States, do hereby proclaim January 20, 2009, a National Day of Renewal and Reconciliation, and call upon all of our citizens to serve one another and the common purpose of remaking this Nation for our new century.

IN WITNESS WHEREOF, I have hereunto set my hand this twentieth day of January, in the year of our Lord two thousand nine, and of the Independence of the United States of America the two hundred and thirty-third.

20/12/2008

06/11/2008

I HAVE A DREAM
Martin Luther King, 1963


YES WE CAN!
Barack Obama, 2008

16/10/2008

DEPOIS DE 08 / 08 / 08



Passaram os Jogos Olímpicos de 2008

O mundo constatou a oportunidade de ouro que a China teve de se fazer ver pelas lentes da modernidade urbana; passou o marketing político.

Passou também o entusiasmo pela "defesa" da causa tibetana.

De defesa terá tido a intenção e a denúncia alargada; pouco mais - é de facto difícil penetrar a "muralha da China".

Os chineses sabem, como ninguém, que as mutações ocorrem no fluir do tempo e que a mera oposição passiva cria resistência à evolução pretendida.

Como diríamos em Portugal, "saber esperar é uma virtude", e esta é uma virtude muito oriental, enraizada no povo chinês que, combinada com a versão política de "laisser faire, laisser passer", do seu governo, aguarda a estagnação das águas para que a sua podridão fertilize sementes do que deseja ver crescer.

Os jornalistas voltaram para casa, o Ocidente ocupa-se da crise financeira, a Oriente nada de novo. O Comando de Pequim respira de alívio sentido nas narinas o vento que passa, silencioso, sobre o majestoso estádio olímpico, vazio.


Vem este pensamento decorrente de uma entrevista que S.S. o 14º Dalai Lama deu à Euronews no dia 21 de Agosto, quando decorriam os últimos dias dos J.O. Pequim 2008, por ocasião da sua visita a Nantes para comparecer num encontro de religiosos e simpatizantes budistas.

Para ver e ouvir AQUI
Ou para ler em seguida

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Dalai Lama – O Tibete é algo misterioso e uma pessoa que venha de lá é alvo de curiosidade. E depois, cada vez um maior número de pessoas mostra interesse pelas minhas ideias. E a principal ideia que defendo, a minha mensagem é a de que todo o ser humano tem direito a uma vida feliz e a uma família feliz.Para o conseguir, damos muita atenção ao dinheiro, aos valores materiais. Não damos a devida atenção aos valores morais. A harmonia entre diferentes religiões também é essencial. Sinto um enorme respeito e admiro as diferentes tradições… alguns amigos cristãos decrevem-me como um bom cristão. Temos uma experiência comum, uma prática comum apesar das diferentes filosofias. E talvez algumas pessoas expressem amor pelo sorriso…

euronews – Os Jogos Olímpicos estão quase no fim, as nações celebram os campeões …entretanto, o senhor diz que o Tibete continua a sofrer uma nova revolução cultural. Qual é a situação, neste momento, no Tibete?

DL – Basicamente, a situação está muito tensa. Muito exército, muitos agentes de segurança por todo o lado. E a comunidade tibetana vive lá, naquela terra…e chega-nos a informação que os oficiais do regime iniciaram a construção de estruturas militares. Isso quer dizer que a partir de agora a presença militar é permanente, o que indica que a política agressiva continua.

euronews – Vai mudar a sua abordagem do problema ou pensa fazer concessões aos chineses, que não confiam em si quando afirma não querer a independência? A China não reconhece o seu governo no exílio, nem a bandeira tibetana nem o hino…há alguns sacrifícios, algumas concessões que esteja pronto para fazer?

DL – Porque é do nosso próprio interesse, comprometemo-nos a continuar na República Popular da China. E porque o Tibete fica longe, não tem litoral e tem uma pequena população, interessa-nos estar inseridos na República da China. Mas temos uma língua própria e, com ela, uma herança cultural sofisticada e uma tradição budista muito, muito rica. Não são apenas 6 milhões de pessoas, incluindo as tibetanas, mas muito mais nesta região do mundo: partilham o mesmo budismo, a mesma cultura budista. Para preservar a cultura, tendo o maior cuidado com o ambiente, é (com excepção dos Negócios Estrangeiros e da Defesa) a Educação, a Economia e, claro, a religião. Estes sectores devem ser geridos pelos próprios tibetanos com autonomia. Actualmente, a constituição chinesa atribui aos diferentes grupos étnicos tibetanos um estatuto de autonomia, também consagrado no livro branco dos direitos das minorias…no papel…. os pontos mencionados são muito bons… mas não estão implementados!

euronews – Há divisões na comunidade budista e entre os budistas tibetanos. Alguns, da nova geração discordam do “meio termo”, estão a ficar impacientes. Acha que a violência vai aumentar?

DL – Acho que não. Mesmo as organizações de jovens, organizações de jovens tibetanos, apoiam o princípio de não violência Olham para a independência em termos políticos, desde o princípio querem a independência total. Estamos comprometidos com a democracia que permita vozes diferentes, pontos de vista diferentes, ideias novas.

euronews – O presidente norte-americanos George W. Bush, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro inglês Gordon Brown estiveram consigo este ano…não vai encontrar-se com Sarkozy, actalmente líder europeu. Estará com Kouchner e Carla Bruni Sarkozy. Será que os famosos defendem melhor do que os políticos a causa do Tibete?

DL – Para alguma publicidade talvez! (risos) Mas claro que o governo francês, o presidente, o ministro dos Negócios Estrangeiros, desde o princípio, imediatamente a seguir à crise de 10 de Março, expressaram publicamente a sua preocupação.

euronews – Que mais espera dos líderes mundiais?

DL – A China é a nação mais populosa do mundo e uma importante nação. Por isso as boas relações são muito, muito importantes. Mas, entretanto, a China tem de entrar no caminho da democracia. Da democracia, do estado de direito, da abertura à liberdade de informação, são aspectos muito importantes. E, claro, os direitos humanos e a liberdade religiosa… são valores universais que dizem respeito a todos e por isso, povos e governos devem respeitar.

euronews – Quando dirigentes políticos, como o presidente francês, vão à Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos e vendem dois reactores nucleares à China, sem se encontrarem consigo…acha que ajuda a democracia?

DL – Tem de ser você a julgar…(risos)

euronews – Sugeriu nos encontros desta semana que a sede da União Europeia devia mudar-se para a Polónia e que se a Rússia entrasse na NATO a sede devia ser a Moscovo. Tem algum problema com Bruxelas?

DL – Não, não…sou um dos admiradores da União Europeia, sempre a defendi. O que penso é que o espírito da União Europeia deve ser alargado E agora, afortunadamente a ex-união soviética mudou. Na Federação Russa parece ter voltado a antiga maneira de pensar…todo o género de antigas tendências e hábitos estão de regresso. Não é nada bom! Assim, a grande Rússia deve vir para o mundo da comunidade europeia. E para reduzir a distância e o medo, a NATO deve mudar-se para Moscovo. E o medo desaparece! É a minha lógica. Não estou nada zangado com Bruxelas. Nunca!

euronews – A compaixão está no centro da sua filosofia. Pode ser aplicada a qualquer situação no mundo. Mas poderá ser aplicada no que que respeita ao terrorismo?

DL – Sim, claro! Compaixão aplica-se à pessoa e não às acções. Exemplo do terrorismo: quando alguém é terrorista, é a pessoa que deve despertar a compaixão. Se tivermos compaixão há uma possibilidade real de mudança. Com os seres humanos, em geral… se mostrarmos compaixão em relação a eles passa a haver uma possibilidade real de mudança de comportamento. Se os perseguirmos com ódio, estamos a criar mais terroristas. Hoje há um Bin Laden, e depois passam a ser 100 Bin Laden. A compaixão é a única força que pode interromper o ciclo. Compaixão em relação à pessoa, porque em relação aos actos, temos de nos opôr.


euronews – As pessoas especulam sobre a sucessão…fala de retirar-se mas está cheio de energia…portanto, o que quer dizer?

DLTenho dois compromissos principais: a promoção dos valores humanos e a promoção da harmonia religiosa. Depois tenho um terceiro compromisso que é a luta tibetana. Quando a luta tibetana está em causa, a luta é do povo. Enquanto eu continuar tenho de contribuir. Mas a verdadeira responsabilidade é do povo tibetano, em si. Eu ajudo a servi-lo. A lei do Lama está caduca. Neste caso, os tibetanos consideram que a instituição não vai durar muito mais tempo…ok… se esse sentimento chegar…então a instituição do Dalai Lama acaba. Prefiro assim, porque o 14° Dalai Lama não é o melhor Dalai Lama… também não é o pior Dalai Lama. É bastante popular. Assim, se chegarmos a esse ponto, a instituição do Dalai Lama cessa, este Dalai Lama cessa ou acaba com graça. É muito melhor…outra reincarnação pode ser uma desgraça, pode ser pior!
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06/06/2008

VIU ESTA CRIANÇA?
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Decerto que não.

Chama-se Gedhun Choekyi Nyima, é filho de Kunchok Phuntsok e de Dechen Choedon, nasceu no Tibete a 25 de Abril de 1989. Desapareceu, com os seus pais, a 17 de Maio de 1995 quando tinha seis anos. Desde então tem sido incansavelmente procurado; foram várias as organizações internacionais que intervieram junto da administração chinesa para tentar localizar este menino. O Comité para os Direitos da Criança das Nações Unidas conseguiu obter do embaixador da China nas N.U. o reconhecimento de que a criança se encontrava sob a "protecção do governo chinês, a pedido dos seus pais"(1996). Dois anos mais tarde Mary Robinson, Alta Comissária para os Direitos Humanos das N.U., viajou ao Tibete e à China mas todos os acessos e respostas que pretendeu foram-lhe negados pelas autoridades chinesas que, até agora, se remeteram a um absoluto silêncio sobre o assunto.

Mas quem é este menino e por que despertou a atenção e o interesse da China?

Em 1959, quando o 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, deixou o Tibete e se exilou na Índia, Chökyi Gyaltsen, 10º Panchen Lama do Tibete então com 21 anos, decidiu permanecer. Trata-se da segunda figura na hierarquia religiosa tibetana cuja reencarnação tem de ser reconhecida pelo Dalai Lama.

Nos anos 60 presenciou as perseguições religiosas, a fome severa, sofrimento e morte do povo tibetano. Publicou então um relatório, conhecido como "the '70,000 Character Petition". A petição ( que permaneceu secreta durante 34 anos) foi analisada e discutida pelos liders chineses mas pouco depois deram-se novos confrontos e perseguições, um endurecimento da metodologia política que se estendeu por quatro anos. Em 1967 foi formalmente preso e deportado para Beijing durante 9 anos e 8 meses e, seguidamente, colocado em prisão domiciliária por mais 14 anos, também em Beijing.

Em 1982 foi-lhe, finalmente, permitido regressar ao Tibete. Durante os quatro anos que se seguiram fez da "Causa Tibetana", da manutenção da religião, língua, cultura e tradições do Tibete a sua missão na Terra.

A 23 de Janeiro de 1989, durante o maior "festival religioso", e encontro político, desde 1959, proferiu um extraordinário discurso, perante 30.000 tibetanos, no qual apelou à participação do Dalai Lama na vida do Tibete. Morreu cinco dias depois, a 28 de Janeiro de 1989, após uma súbita e curta doença, a poucos dias de completar... 51 anos.


Mas voltando ao menino desaparecido...

Gedhun Choekyi Nyima nasceu três mêses e três dias após a morte do 10º Panchen Lama do Tibete, Chökyi Gyaltsen (1989); por essa época tinha-se dado início à busca, liderada pelo abade do mosteiro de Tashilhunpo, Chadrel Rinpoche, do 11º Panchen Lama - ou seja, buscava-se a criança em quem o Panchen Lama teria reencarnado.


Abreviando...

Esta busca foi morosa, o processo é altamente complicado envolvendo a consulta de vários oráculos e a coincidência destes com datas auspiciosas. O reconhecimento da reencarnação de um Panchen Lama tem de ser feito pelo Dalai Lama. (O processo encontra-se descrito e disponivel "on -line")
Só a 15 de Maio de 1995, em Dharamsala, após a análise de uma longa lista de candidatos, Gedhun Choekyi Nyima, então com seis anos de idade, foi reconhecido pelo actual Dalai Lama como Sua Santidade o 11º Panchen Lama do Tibete.
Logo após o anúncio de reconhecimento feito por Sua Santidade o 14º Dalai Lama a partir da India, Gedhun Choekyi Nyima e os seus pais foram "conduzidos sob escolta" a Beijing não voltando a ser vistos nem a ser dada conta do seu paradeiro.
Muitos mandatos de prisão foram emitidos para Lhasa, entre os quais o dirigido a Chadrel Rinpoche que permaneceu preso durante seis anos, sob a acusação de "venda de segredos de Estado". Foi libertado em 2002 encontrando-se presentemente em Lhasa sob prisão domiciliária.


E depois... O impensável!

Em Novembro de 1995, seis meses após o desaparecimento do recém-reconhecido 11º Panchen Lama, o governo chinês apresentou outra criança, Gyaltsen Norbu, "reconhecendo-o" como 11º Panchen Lama do Tibete.
Este menino, nascido na mesma região tibetana que Gedhun Choekyi Nyima, foi educado fora do mosteiro de Tashilhunpo, residência oficial do Panchen Lama.
Após a sua designação, em 1995, foi pela primeira vez ao Tibete em Junho de 1999 a fim de conduzir uma cerimónia religiosa e "baptizar" diversos Lamas e discípulos. Tinha, à época, nove anos de idade e proferiu então um pequeno discurso do qual fica um esclarecedor excerto, sem qualquer tradução para além daquela que foi publicada pela BBC:

"All the lamas of Zhaxi Lhunbo (Tashilhunpo) Lamasery, including myself, and the believers, should love the Communist Party of China, love our socialist motherland and love the religion we believe in"


Terminada a visita este novo Lama voltou para Beijing onde será educado por monges tibetanos, à guarda do governo chinês.


Mas porque é o controlo de um Panchen Lama, ainda criança, tão importante para uma super-potência como a China?


Como ficou dito anteriormente, a declaração um Panchen Lama depende do reconhecimento, por parte do Dalai Lama, da autenticidade da sua reencarnação; daqui se estabelece a intervenção da autoridade directa do Dalai Lama na vida religiosa, e não só, do Tibete, na escolha da segunda figura da hierarquia religiosa, primeira na Sua ausência.
Mas vamos mais longe.


Também o reconhecimento da autenticidade da reencarnação de um Dalai Lama, e o intricado processo que lhe é subjacente, depende da declaração de reconhecimento por parte do Panchen Lama; Quem controla o Panchen Lama decide quem será o 15º Dalai Lama. Simples!


Aliás...


Foi há menos de um ano (Agosto 2007) que a administração chinesa fez saber que a partir de Setembro 2007, passa a ser proibido aos Lamas budistas reencarnarem sem autorização do governo (Notável, para um regime ateu ?!?!?!)


A esta lei respondeu o Sua Santidade o 14º Dalai Lama Tenzin Gyatso que reencarnará fora do domínio administrativo chinês, ainda que isto implique renascer fora do Tibete ocupado.